quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Novembro Azul: especialista alerta para prevenção ao câncer de próstata

A cada três minutos é descoberto no Brasil um novo caso de câncer de próstata. A enfermidade afeta os homens principalmente após os 50 e pode ser fatal quando descoberta em estágio avançado. Mas o paciente pode ser curado quando o diagnóstico é feito nas fases iniciais da doença, por meio de exames de sangue e do toque retal. Por isso, manter uma rotina de consultas periódicas ao urologista é fundamental. A fim de esclarecer a população acerca do assunto, a Câmara Municipal de Brusque recebeu nesta terça-feira, 04, durante a sessão ordinária, Humberto Teruo Eto, membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). A entidade promove em todo o país a campanha Novembro Azul, focada na saúde masculina.

De acordo com Eto, até o final de 2014, terão sido descobertos cerca de 2200 novos casos da doença em Santa Catarina, que amarga a maior incidência de câncer de próstata da região Sul. No Brasil, segundo ele, o câncer de próstata é mais incidente que o de colo do útero. Em número de casos, fica atrás somente dos cânceres de pulmão e pele. Por isso, conscientizar os homens a respeito da importância de cuidar da própria saúde é o grande desafio do Novembro Azul.

“A campanha não é focada somente no câncer de próstata, mas também no de pênis, testículos e na saúde geral dos homens. De cada três adultos que morrem, dois são homens. Isso acontece porque eles não têm de o hábito de se cuidar como as mulheres”, disse o médico.

Para ele, as mulheres exercem papel essencial nesse contexto: “muitos chegam ao consultório levados pelas esposas e filhas. As mulheres são tão importantes no Novembro Azul quanto os homens”.

De acordo com Eto, torna-se mais difícil combater a doença quando ela surge entre os 40 e os 50 anos de idade. O médico explica por quê: “Em 60% de todos os novos casos descobertos, o tumor é considerado agressivo, mas controlável. Em 25%, ele é agressivo, e nos outros 15%, pouco agressivos. Então, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais fácil será tratar e curar o paciente”, alertou.

Os fatores de risco são o fumo, ingestão de bebidas alcoólicas, alimentação com excesso de gorduras saturadas e questões hereditárias ligadas à genética: “A chance de desenvolver o câncer de próstata é duas vezes maior em quem tem familiares diretos, pai ou irmãos, que tenham tido a doença. Se forem dois familiares diretos, as chances chegam a ser cinco vezes maiores”, ressaltou.

Prevenção, diagnóstico e tratamento

Quando o assunto é prevenir, nenhuma novidade: “Costumo dizer que tudo o que faz bem para o coração, faz bem para a próstata, como o aumento das atividades físicas e a diminuição do tabagismo”. O uso das estatinas, medicamentos prescritos para controle do colesterol, também contribui para diminuir o risco da doença, segundo o médico.

O exame de sangue que mede o nível de PSA, substância produzida pela glândula prostática, tem sido eficaz para o diagnóstico de 75% a 80% dos casos de câncer da próstata, mas deve ser associado ao toque retal feito pelo urologista. Se algum dos testes apresentar alterações, o médico poderá solicitar uma biópsia do órgão.

É recomendável que esses procedimentos sejam feitos a partir dos 50 anos, à exceção de homens com ascendência negra ou histórico familiar da doença, que devem iniciar a rotina de cuidados mais cedo, aos 40.

O urologista citou três tipos básicos de tratamento, que podem ser associados a critério do médico: a cirurgia, a radioterapia e o bloqueio da produção da testosterona, a fim de evitar que o problema se alastre, já que esse hormônio estimula ainda mais o crescimento do tumor.

Sequelas desagradáveis podem acompanhar o pós-cirúrgico, como incontinência urinária e impotência sexual. “Mas esses são problemas contornáveis, ainda mais com os remédios que temos hoje à disposição. Para quem tem câncer, o mais importante deve ser a recuperação da saúde”.

Aos parlamentares, fez um apelo: “espero que vocês espalhem essa ideia para que mais homens façam essa prevenção e possamos salvar mais vidas. Temos que estar conscientes de que não somos super-homens. Na verdade, estamos fragilizados porque achamos que nunca teremos nada”.






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